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Encontro da gravidade da Lua com a Terra

Era preciso você chegar. Foi como um encontro da gravidade da lua com a terra; água doce com o de água salgada, foi um soro caseiro pra disenteria causada pela quebra de utopia de vínculos.

Seus olhos fitaram-me desde primeiro momento, como se uma elfa estivesse visto. Eu saquei que você me notou, mas não era hora de se mostrar, tampouco destrinchar seus segredos. Ah, mas como foi em vão: não controlo essas coisas. Você muito menos, se esforçava muito que se perdia ao disfarçar. Teu olhar não passava por mim sem se fixar. Então, você começou evitar a olhar em minha direção, a desviar-se de mim. Não era muito fácil isso, já que precisávamos nos ajudar em alguns momentos naquela aventura de campo.

Você estava agindo ao natural (só não quando tentava se conter). Bem disposto, tentando manter seu espírito livre em meios aos caos sociais - talvez cotidianos. Eu também agia ao natural. E isso nos encantava a cada instante.

Meu jeito é aquilo que você estava a espreita, e o seu, pra mim, do mesmo modo. Começamos a nos falar e nos tocar propositalmente. Fingindo ser pra fazer algo e se esbarrar nas mãos. Nem parecia proposital, mas que seu corpo e eu queria fazer a prova dos 9, da recíproca. E o toque era como um choque... Você me revelava partes de mim que queria expor mas já não tinha tanta certeza de quando seria aceito. E o mais foda, você não queria se surpreender comigo, mas era inevitável: a cada forma minha de agir você se via ainda mais envolvido por mim. Era tanto quem você esperava encontrar, mas também não estava certo disso. No entanto, não te deixei se dispersar querido.

* Antes que isso se pareça um jogo de sedução, quero deixar claro que não foi. Foi tão autêntico que se rolasse algo premeditado, não dava tão exato. *

Você me foi legal, livre, bicho solto querendo ter uma árvore, pra sempre que quiser, passar o tempo em paz, acolhido. Um colo no escuro ou no claro, porque não nos escondíamos mais um do outro. Queríamos estar mais perto, e nas circunstâncias ali presentes, isso era um trabalho. Tal qual, já era notável por quem mais nos via.

Você confirmou a recíproca, e começou a fazer o que tinha vontade: naquela dúvida veemente se eu ia gostar, que se dissolvia quando me via, e assim fazia você realizar. Pra seu alívio e surpresa, eu amei. Você sabia compreender minha emoção. Você, como eu, é desses que a emoção é demasiadamente exposta, não a tenta comprimir. É como um gás nobre que se dispersa na atmosfera sendo o que ele é, sem se transmutar.

A gente é amor. Amor daqueles que se ama amar. Apaixonados pela vida, seres, coisas e coisinhas. Achamos apaixonantes as emoções que cada coisa pode nos trazer. Andamos pelas ruas e natureza como estar em casa, num universo cheio de aventuras, onde há vários mundos. E, podemos fazer parte de cada um deles. Respeitamos cada espaço como um altar sagrado. Inclusive, fazemos o mesmo um com outro: nos temos cientes que a cautela e cuidado com o outro é precisamente óbvia. Nos permitimos entrar no mundo do outro, descalços, e andamos como pisando em nuvens de algodões, que por vezes voam, sendo elevadores que nos conduzem a exatamente ao lugar que nossa essência exige.

Escrito por Marcele Marau, em 25 nov. 2017 as 11:36h.

 

O Vento soprou de novo e o Universo conspira a favor são de autoria da Marcele Vitória, onde põe seus textos literários: crônicas, poemas e afins.

Confira mais sobre a autora na Home do site:
https://marcelemarau.wixsite.com/oventosoproudenovo 

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